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18 novembro, 2020

Otávio Silveira discute PPP e concessões em Fórum promovido pelo Estadão e Hiria


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Otávio Silveira participa do Fórum Concessões, PPPs e Desestatizações, promovido pelo Estadão e Hiria

CEO da Opy Health apontou o saneamento e a infraestrutura social como os setores que serão beneficiados pelos próximos ciclos de investimentos no Brasil, além de abordar como o ESG deve pautar os aportes privados

O CEO da Opy Health, Otávio Silveira, foi um dos participantes do Fórum Concessões, PPPs e Desestatizações, realizado pela Hiria e pelo jornal O Estado de S. Paulo na capital paulista em 28 de outubro e transmitido online.

O executivo foi um dos convidados da mesa de debate sobre os novos instrumentos de financiamento, mercados de capitais e garantias no novo cenário. Além dele, participaram também da conversa Frederico Bopp Dieterich, Sócio no Azevedo Sete Advogados; Cristina Vergueiro, Diretora Jurídica da Pátria Infraestrutura; Eduardo Klepacz, Head of Infrastructure Investments do GTIS Partners; Fernando Lohmann, Managing director da Macquarie Infrastructure and Real Assets (Mira) e Rogério Tavares, Vice-presidente de Relações Institucionais da AEGEA.

Durante o painel, ao ser provocado a trazer uma reflexão ao debate sobre os próximos ciclos de investimento em infraestrutura, Otávio afirmou ter uma visão otimista para o desenvolvimento do setor de infraestrutura brasileiro e que vem sendo perceptível, a partir dos mais recentes projetos, a maneira como a iniciativa privada tem agregado valor na prestação do serviço público. “Não porque a iniciativa privada seja mais competente. Mas o privado tem uma estrutura de incentivos para gestão ou contratação de serviços que lhe permite maior agilidade, o que caracteriza sua capacidade de resposta rápida”, analisa.

Otávio apresentou ainda uma breve perspectiva em relação aos aportes em infraestrutura nas últimas décadas e o que deve estar na pauta dos investidores no curto prazo, até meados de 2022.

“Estamos vivendo o final de um primeiro ciclo de concessões em infraestrutura, muito guiado pelos projetos em setores como energia, rodovias, portos e aeroportos. Para os próximos anos, temos dois setores que devem ganhar muita força: o de saneamento e o de infraestrutura social”, declarou.

Segundo o executivo, desde a Lei das Concessões, nos anos 90, houve um primeiro grande ciclo de investimentos em infraestrutura no Brasil, com destaque para os setores de rodovias, telecomunicações, energia, portos e aeroportos e agora, ao final dos primeiros contratos, felizmente a sociedade pede não só pela renovação dos mesmos, como também para que as parcerias e concessões sejam ampliadas para outros setores, como saneamento e infraestrutura social.

No caso específico da infraestrutura social, apesar de alguns bons projetos realizados, principalmente a partir de 2012, temos um caminho maior a percorrer. “A pandemia despertou a sociedade para a necessidade da prestação de serviços eficientes e de qualidade em setores fundamentais, sobretudo saneamento e saúde”, afirmou Otávio. O executivo declarou, ainda, que a IG4 Capital, líder em investimentos alternativos em mercados emergentes, já acompanha de perto estes dois segmentos, por meio de seus dois ativos: Opy Health (para o setor de saúde) e Iguá Saneamento (para o setor de saneamento).

Em comprovação à sentença de que a infraestrutura social cada vez mais estará na mira do setor privado, Otávio relatou aos presentes algumas experiências bem-sucedidas em relação aos ativos adquiridos neste ano pela Opy Health, que opera atualmente mais de 800 leitos em dois hospitais: HMDCC (Hospital Metropolitano Dr. Célio de Castro), em Belo Horizonte, e Delphina Rinaldi Abdel Aziz, em Manaus. “Fica evidente a capacidade do privado de dar respostas nos momentos mais emergenciais. Ao longo da pandemia, assumimos um hospital que estava com 50% de ocupação e a elevamos a 100% em poucos meses”. Ele conta ainda que, em apenas 20 dias, a Opy Health passou a operar 120 leitos de UTI ante os 50 que até então estavam em funcionamento. “Além disso, preparamos o hospital para, em caso de necessidade, todos os leitos poderem ser transformados em UTI. Isto tudo funcionou de maneira muito ágil com uma pronta resposta do privado na disponibilização da infraestrutura adequada para a prestação do serviço público”.

Compromisso com o tripé ESG

Questões ligadas a ESG, sigla para “Environmental, Social and Governance” – Ambiental, Social e Governança, em tradução livre – vêm aceleradamente pautando decisões de investimentos, sobretudo de empresas internacionais. Mas a questão ganha relevância local e, conforme destacaram os participantes, está na agenda do dia também no Brasil.

“O ESG é a evolução dos conceitos de sustentabilidade dos quais vem se falando há algum tempo. Nenhuma companhia pode mais se permitir ‘ser apenas mais uma e ficar na zona de conforto’. Ela tem que demonstrar o seu diferencial para trazer um impacto significativo à cadeia em que atua”, analisa Otávio.

O executivo informou ainda ao público que a Iguá Saneamento, divisão da IG4 Capital para infraestrutura neste setor, foi a primeira do segmento a emitir green bonds. O executivo elucidou, ainda, que a IG4 possui um comitê para avaliação de assuntos ligados a ESG no plano de negócios de cada projeto, que é sistematicamente cobrado pelo board. “A própria Opy Health nasceu de um conceito ESG em sua essência. Ao olharmos para o setor de saúde e analisarmos como poderíamos oferecer algo diferente, entendemos imediatamente que tínhamos a capacidade de trazer impacto positivo e de relevância à saúde pública, que não vem sendo foco de investimentos tanto quanto a saúde suplementar, apesar de representar cerca de dois terços de todo o segmento. Percebemos que é uma área que está desatendida no que diz respeito, ainda, a eficiência de gestão. E é aí que entra nossa contribuição”, apontou.

“É gratificante podermos olhar para nossos ativos com visão holística de ESG, ampliar o conceito de sustentabilidade que sempre tivemos. É assim que construiremos empreendimentos sustentáveis ao longo do tempo e um cenário de mudança efetivo”, finalizou o executivo.